segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Relembrar a tragédia em memória das vítimas

Estávamos no ano de 1981, quando no dia 27 de Dezembro aconteceu a maior tragédia no Concelho de Cabeceiras de Basto, de que tenho memória. Foi na freguesia de Cavez, no Lugar de Arosa, já lá vão 27 anos.

A notícia correu o Mundo pela dimensão da tragédia, 15 pessoas morreram e 14 ficaram feridas quando uma bolsa de água desceu o monte arrastando consigo penedos, árvores e tudo que encontrasse no seu caminho, até embater na casa (ver foto) onde existia um café e o destruísse, ceifando vidas sem olhar a idades.

Chovia imenso e no café estavam cerca de trinta pessoas para assistir a um jogo de futebol transmitido pela RTP, e visionado pelo único televisor a cores que existia naquela altura nas redondezas.

Hugo J. M. Miranda tinha somente quatro anos, Pedro A. Carvalho 14 anos, Fernando M. Delgado, Manuel R. de Oliveira e Alexandre A. Batista 15 anos, Manuel D. da Silva, Carlos A. P. Delgado, Aníbal M. Delgado e José A. S. Cleto 20 anos, José B. da Silva 22 anos, António R. de Oliveira 23 anos, Avelino D. da Silva 24 anos, José M. Terrão 29 anos, António G. M. Miranda 32 anos e o mais velho, Francisco Delgado, com 50 anos.
Os sobrenomes indicam bem que ali se encontravam várias pessoas da mesma família, e de várias famílias, onde só uma perdeu três irmãos, Manuel da Silva, José da Silva e Avelino da Silva. Todas as vitimas eram muito jovens o que ainda mais agrava a dor de quem os viu partir.
Mesmo ao lado das ruínas do café, que outrora foi um lugar de convívio, está uma capelinha de cor branca que causa impacto a quem passa na estrada nacional 206, foi construída em memória das vitimas, lá dentro, gravados em mármore, estão todos os nomes daqueles que citei e que nesse dia perderam as suas vidas, mesmo ao lado está outra lápide com mais uma homenagem, um poema, que ao lê-lo faz comover.

As ruínas da catástrofe ainda se mantêm de pé, assim como a memória dos momentos dolorosos vividos pelas famílias e amigos, naquele dia fatídico, de quem perdeu ali um amigo, um familiar.

1 comentário:

Vitor disse...

Lembro-me muito bem desse trágico acidente. Um dos familiares dos falecidos esteve casado com uma prima minha. Refiro ao Manuel Delgado que era irmão de Fernando Delgado e filho de Francisco Delgado. No dia do seu casamento em 1984, o padre que celebrou o casamento referiu esse trágico acidente (o que era escusado referir).